24.5.11

Sentes como as noites medicaram as desculpas.
Acordas cego ao redor de uma dúvida. As coisas
estão para lá dos sentidos.
Tantas são as formas de esquecer um projéctil
no ar, que escolhes a súmula, por acaso meritória,
de matar um tempo.
Depois reages com um gesto súbito. Sentes-te
ridículo afundado no sofá dos dias. O vidro vigia-te
e não te entende o gesso.
E vem o crepúsculo e o seu manto inóspito. O que
quer dizer que o meio justifica o fim,
se o meio estiver a meio e o fim resistir a tudo.