30.6.15



São rosas que procuro no teu rosto,
flores que não há em terra ardente;
em vulcão escarpado não há dores
como aquela que me dás em frente ao rio.
Sob os escombros nasce uma serpente
que se enrola ao pescoço, que se cola às mãos
e morde as dunas enquanto nas dunas se agita
uma pintura abstrata que se inclina ao toque.
Dá-me a tua boca, não os dentes, meu amor,
o metálico caminhar ao lado do vento
que sacode o silêncio do dorso das planícies.
Estende a barriga através dos campos,
semeia a gloriosa linha que te faz sentar
na pose curvilínea do crepúsculo.

Sem comentários: