8.1.16



Apoteose, depois silêncio. Envelhecem
os soníferos e as alegrias, as alergias,
os sintomas e as reivindicações tardias.
No quadro que assinala o fim da aventura
marco, a negro, a gritante sensaboria.
Dores que recusei olhando para o lado
sob as arcadas frias de São Paulo
e das almofadas cálidas do vento.
Chego ao horizonte por percalços grossos
que a seu tempo ajuizei alijando o corpo
do peso entristecedor da escuridão.
Posso, por fim, calar-me de secura.
Onde guardaste os doces, merencórios dedos,
esses brinquedos gastos, vivo agora.