24.6.09

Já não sou parecido com o teu rosto,
já não me ausento quando não estás,
o teu vazio preenche a massa dos vidros.
Lúgubres como os telhados, já não falam
as memórias diurnas. Só a noite ainda reza
horríveis orações sobre a morte e o sono.
Já não me deito a pensar nos dias que não contam.
Cansei-me de esperar que algo aconteça. Deixo-te
a casca do que outrora meu corpo se desfez.