Palavra que procure o seu lugar tem o meu lugar
e a minha condição não desce porque é dela o lugar
onde me deito. Palavra que descure o seu sentido
em atraso constante, em luta sempiterna com o futuro,
nada me diga, nem olhe para mim. Dela me desligo,
da sua ambiguidade me desvio como o navio pirata
da derrota marítima. A palavra suave e cristalina
também não serve. Acima dos tugúrios chama o dia
e diz que é poesia o seu cantar. Mas cabeça tonta.
Porque me apaixono pela tristeza? Por essas palavras
com crina, invisíveis na bruma?
21.3.11
20.3.11
Já não há vírus como os nossos,
não há pólvora como a que amanhece amarela e fria,
no seu encalço as flores derrubam os caminhos.
Os pneus ressuscitam a cada passo, as hélices recusam
a mão refém que lhes entrego, o magma resplandecente, o único leviatão
capaz de recriar os planetas solares e as letras meigas
que por vezes amam e outras vezes negam.
Nem das serras desce o mítico rancor,
a sombra milenar,
nem as cidades rezam; nos oráculos, nos bares, as múltiplas pessoas
sem moral desprezam.
O que fazer das pedras? Onde apertar?
Quantos miasmas mais teremos de exportar? Quantas mais regras?
não há pólvora como a que amanhece amarela e fria,
no seu encalço as flores derrubam os caminhos.
Os pneus ressuscitam a cada passo, as hélices recusam
a mão refém que lhes entrego, o magma resplandecente, o único leviatão
capaz de recriar os planetas solares e as letras meigas
que por vezes amam e outras vezes negam.
Nem das serras desce o mítico rancor,
a sombra milenar,
nem as cidades rezam; nos oráculos, nos bares, as múltiplas pessoas
sem moral desprezam.
O que fazer das pedras? Onde apertar?
Quantos miasmas mais teremos de exportar? Quantas mais regras?
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