O destino
tem dois volts. Lenços encolhem-se.
Sobre o cais
reparto beijos em partes ambíguas.
Escolho os
mais feios. Penso até abortar a encomenda
de gelo. De
nada servirá fechar-me num cofre.
Experimento
a bicicleta encostada ao barco.
Como ninguém
se descalça, pedalo para longe
até sentir,
recônditos, os rins e os pulmões.
Deixo o pó
assentar nas mãos. Largo as mãos.
A meio do
corso cai um lepidóptero:
sinto-lhe as
pás hidráulicas revolvendo
os braços e
a luz da tarde. E então, vejo-te.
Estás atenta
aos pássaros, mas eu assobio
e no engano
gordo que provoco olhas para o lado.
Dou-te um
choque. Dás-me um choque. Chocamos.