30.7.18

Tenho frio.
As mesas escutam o meu pesar.
Sobram papéis
depois da praga.
Remessas de lapiseiras, caixas
cujo teor circunstancial
é desvendado, em rigor,
por caixas ainda maiores.
Tenho os pulmões entristecidos.
Cosidos à mão.
Um tubo dos pés à cabeça
que me mantém vertical.
Entornaram cadeiras
na clareira brava.
Panfletos
ignoram sucessivas gerações.
Estamos perante
um coágulo. Imagino
que seja preciso
evacuar todos os livros.