7.2.11

A rotina vermelha desceu à praça
à frente da qual dois milhares de pombos
caem como tordos. Subitamente da redoma
de meus olhos saem naves e topetes
voadores. Raparigas que poderia facilmente
amar avançam perigosamente para a boca
dos holofotes. É a cidade que gosta,
que sorri facilmente através das nuvens,
a mais bela horta de sentimentos
devassada por toupeiras cegas.
Ou a vida a passar de comboio,
são as meias esburacadas do cimento,
o ralenti do desemprego a poluir o mar.
Quando for velho, meu deus, faz-me
acreditar na lã das abelhas, aflige-me
ver passar os carros sem dizer adeus.

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