21.3.11

Palavra que procure o seu lugar tem o meu lugar
e a minha condição não desce porque é dela o lugar
onde me deito. Palavra que descure o seu sentido
em atraso constante, em luta sempiterna com o futuro,
nada me diga, nem olhe para mim. Dela me desligo,
da sua ambiguidade me desvio como o navio pirata
da derrota marítima. A palavra suave e cristalina
também não serve. Acima dos tugúrios chama o dia
e diz que é poesia o seu cantar. Mas cabeça tonta.
Porque me apaixono pela tristeza? Por essas palavras
com crina, invisíveis na bruma?

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